
O que é uma atitude? É algo em que acreditamos, ou que desejamos fazer. Para exemplificar, vamos pensar em sustentabilidade. Em uma pesquisa com consumidores, feita pela Opinion Box*, 82% dos brasileiros consideram a sustentabilidade como um tema importante para o cotidiano. Ou seja, a grande maioria tem uma atitude favorável à preservação do ambiente.
Agora vamos ao comportamento declarado. A economia de água e luz é declarada por 6 em 10 pessoas na pesquisa (e sabemos que o motivador desse comportamento pode ser mais econômico). Apenas 37% dizem ter deixaram de comprar de empresas que não contribuem com o meio ambiente. E menos ainda, só 18% e 17%, respectivamente, dizem trocar produtos de limpeza ou de higiene por versões menos nocivas ao ambiente. Vemos, então, que apesar de a maioria ser a favor, uma parcela bem menor declara agir sustentavelmente. Existe, portanto, uma lacuna entre a atitude (o que as pessoas consideram importante) e o comportamento (o que elas declaram fazer).
E mais, sabemos que comportamento declarado pode ser bastante diferente de comportamento observado. Geralmente a declaração infla o resultado, quando o comportamento é socialmente valorizado. Ou seja, a lacuna entre atitude e comportamento pode ser ainda maior do que mostram os números.
Ao que devemos este gap entre intenção e ação? Existem barreiras as mais diversas para a conversão de intenção, desejo ou crença (a atitude) em ação (o comportamento). Estas barreiras são estudadas pela ciência comportamental. São, muitas vezes, as chamadas heurísticas e vieses, tais como o viés do status quo e outros. Uma vez identificadas, os modelos vão sugerir técnicas de intervenção que favoreçam a mudança de comportamento. Nos próximos dois textos vamos contar um caso bem interessante, com relação a vacinas.
* https://blog.opinionbox.com/pesquisa-sobre-sustentabilidade/