Arquitetura do Comportamento

Como usar a pirâmide de necessidades na arquitetura da marca.

Muitas pessoas já ouviram falar da pirâmide de Maslow.  Ela foi criada pelo psicólogo Abraham Maslow, no seu trabalho “Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas”, em 1943. Alexander Chernev* adaptou estes conceitos para criar 3 categorias:

  1. Necessidades funcionais, tais com fome, sede, sexo, recursos financeiros, gestão do tempo, segurança em geral, entre outros. Engloba, grosso modo, as duas primeiras categorias de Maslow.
  2. Necessidades emocionais, que envolvem prazer sensorial, amor, felicidade, tranquilidade, evitar angústia e sofrimento.
  3. Necessidades de identidade, tais como pertencimento a grupos, autoexpressão, autoimagem, realização, conquistas, status. Abrange aproximadamente as 2 áreas mais acima na pirâmide.

Como regra geral, segundo Maslow, quando as necessidades em uma categoria mais “básica” estão atendidas, as pessoas passam a buscar atender às necessidades da próxima. Assim, se as necessidades fisiológicas estão atendidas, as pessoas passariam a buscar segurança, e assim por diante. Mas, como veremos adiante, esta hierarquia de necessidades não é obrigatória.

Uma marca mais aspiracional, num mercado concorrido, deveria trabalhar os atributos na parte mais acima da pirâmide. Marcas de alto valor tendem a ser associadas a aspectos emocionais ou ligados à identidade, como autoexpressão e status, por exemplo. Harley Davidson é um perfeito exemplo de marca identitária, que construiu uma verdadeira ‘tribo’ à sua volta. Isso não quer dizer que as marcas não possam ativar e explorar necessidades em diferentes áreas. Por exemplo, cervejas trabalham necessidades identitárias e funcionais, ou seja, os diferentes tipos de atributos podem conviver no posicionamento de uma marca.

Da mesma maneira, pode haver pessoas que renunciam a uma necessidade mais básica, como comida de qualidade, ou sono, para preencher um desejo mais elevado (por exemplo, o status de possuir um tênis da moda). Ou seja, este modelo não necessariamente é hierárquico e não indica uma sequência obrigatória de evolução de necessidades. Entretanto, ele segue sendo atual, como um framework para entender e classificar necessidades humanas e para orientar a arquitetura das marcas.

*Chernev, A (2022) Customer Science: Behavioral Insights for Creating Breakthrough Customer Experiences, Cerebellum Press.

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