Vou dar um exemplo de aplicação do COM-B, um dos frames analíticos que usamos. Vou usar, para isto, um projeto que fizemos para um fabricante de bebidas. O seu interesse era testar uma bebida sem álcool - um teste de produto do líquido. Esta bebida, segundo o fabricante, entregaria os...
O que a ciência comportamental traz de tão diferente do que já fazemos?
Inspirado por um texto do Chris Harvey (1) e por uma pergunta de uma cliente, resolvi escrever esta postagem. O que fazemos diferente do que o pessoal de pesquisa e de marketing já faz? Vou comentar 3 pontos importantes aqui: os métodos de coleta de informações; as estruturas e frameworks...
Como a pesquisa qualitativa pode ser melhorada? Uma das maneiras é desmontando a armadilha da ignorância pluralística.
A ignorância pluralista acontece quando os membros de um grupo acham que as opiniões dos demais são diferentes da sua. E por isso se calam, ou expressam posições diferentes da sua real opinião. Por exemplo, quando um aluno tem uma dúvida. Como ninguém mais pergunta, ele acha que todos os...
A pergunta de avaliação global é valida? O que podemos aprender com Daniel Kahneman.
Daniel Kahneman (1), um dos pais da economia comportamental, era israelense. Prestou serviço militar no seu país. Como psicólogo, apesar de muito jovem, foi chamado a liderar o processo de recrutamento do exército. Inspirado por Paul E. Meehl (2), Kahneman afirma “deveríamos abandonar o procedimento em que as avaliações globais...
Regras para escrever atributos e claims para questionários.
Qualquer texto escrito está sujeito à interpretação de quem o lê. Se o texto ainda for complexo ou ambíguo, a chance de mal-entendidos é grande. Isto não é diferente quando falamos de atributos e claims em questionários. Vou fazer uma lista, que, longe de ser exaustiva, alinha algumas regras para...
Porque a pergunta de intenção de compra deve ser vista com cautela.
Uma das perguntas mais comuns em pesquisas é a intenção de compra. Todos os tipos de testes a utilizam, como um dos indicadores de sucesso, de testes de formulações a embalagens. Estas perguntas (junto com avaliação global e outras) são bastante úteis para comparação entre os estímulos em teste. Por...
Como influenciar a quantidade comprada, ou o preço pago.
Sabemos que escolhemos baseados em pontos de referência. O contexto importa muito, portanto, assim como os estímulos do ambiente. Experimentos mostram que qualquer número, mesmo aleatório, pode funcionar como parâmetro para a decisão. Por exemplo, os organizadores de um experimento giravam uma roleta e os participantes viam o número sorteado....
Lembrando ao consumidor de comprar a sua marca: nudging.
A tradução literal de nudge é cutucão. O significado é um lembrete, aquela cotovela leve, que dá a deixa de que está no momento de o outro agir. O termo foi popularizado no livro “Nudge”1 e desde então tornou-se um termo consagrado. Nudging quer dizer estimular alguém a fazer algo....
Pesquisas convencionais não conseguem captar comportamento passado ou futuro do consumidor.
Já vimos que grande parte das nossas decisões e ações vêm do nosso sistema automático, o chamado Sistema 1. Pesquisadores estimam que cerca de metade das nossas vidas diárias são gastas executando hábitos e outros comportamentos intuitivos, movidos pelo sistema automático 1. O sistema 2, nosso modo de funcionamento consciente,...
Como o consumidor desenvolve o hábito de comprar nossa marca? Como converter atitude em comportamento de compra, e o comportamento em hábito.
Em posts anteriores, falei sobre a diferença entre atitude e comportamento. A atitude é a intenção. O comportamento é a ação. Mas sabemos que querer algo não necessariamente leva à sua realização. Os regimes alimentares, o desejo de parar de fumar, ou beber, frequentar academia e muitos outros exemplos demonstram...