Já vimos que a maioria esmagadora das pessoas concorda que algo precisa ser feito em relação aos efeitos das mudanças climáticas. E que grande parte declara que se sente responsável por fazer algo.

Entretanto, como imaginávamos, comportamentos sustentáveis são menos disseminados do que as atitudes. Quando perguntamos o que fazem, em termo de ações ambientalmente responsáveis, as respostas são menos eloquentes. As ações mais presentes são aquelas que foram objeto de campanhas; mesmo assim, a penetração é relativamente baixa.

Esta é a constatação da lacuna entre intenção e ação. A atitude está lá. Mas ela não mobiliza o comportamento na mesma medida. Estamos vivendo o que chamamos de “atraso conservador”. As atitudes mudaram, mas comportamentos e normas ainda não.

Por que isso acontece? O objetivo deste trabalho é esclarecer isso. Revisamos a literatura e encontramos diversas potenciais barreiras à conversão do desejo em ação. E as testamos na pesquisa, tanto na qualitativa quanto na quantitativa.

Uma das explicações, já vimos no texto passado, é desconhecimento. Os consumidores não sabem exatamente o que torna uma empresa ou um produto sustentável. Mas há outras barreiras, algumas delas importantes, ligadas às heurísticas. Estas últimas são os atalhos mentais que o nosso chamado sistema 1 utiliza para tomar decisões automáticas. E que podem gerar decisões não racionais, os vieses. Vamos falar dessas barreiras nos próximos textos.

Pesquisa com 10 EPs online em São Paulo e 500 entrevistas online, Brasil. Conduzida em agosto de 2024.

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